"Teremos reforma agrária em MS", diz superintendente do Incra
Após 10 horas acampados em frente à sede do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária) na Capital, localizada no Bairro Vila Glória, os manifestantes do MPL (Movimento Popular de Luta) retiraram a ocupação com a promessa de que haverá a retomada da reforma agrária em Mato Grosso do Sul.
Após 10 horas acampados em frente à sede do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária) na Capital, localizada no Bairro Vila Glória, os manifestantes do MPL (Movimento Popular de Luta) retiraram a ocupação com a promessa de que haverá a retomada da reforma agrária em Mato Grosso do Sul. O último criado foi o assentamento Nazareth, em Sidrôlandia, em dezembro de 2013. Isso foi garantido pelo superintendente do Incra em MS, Paulo Roberto da Silva, no final da tarde desta terça-feira (16), em reunião com militantes do MPL. De acordo com Paulo, o primeiro passo será a atualização de cadastro das famílias acampadas no Estado, algo que já tem sido feito pelo Incra. "Nós iniciamos o cadastro, então é possível que tenha entre 10 e 11 mil famílias em acampamentos. Esse é o tamanho da demanda de família que aguardam terra no Mato Grosso do Sul. Já temos 850 famílias cadastradas em Dourados. Agora iremos amanhã para Aral Moreira e depois vamos para a região de fronteira, em Ponta Porã", comenta Paulo Roberto. De acordo com o superintender do Incra, o próximo passo será a vistoria das áreas que não cumprem função social e que poderão servir como novos assentamentos. Ele afirma que não há um cronograma, mas que as vistorias iniciarão em maio deste ano. Importante ressaltar que, após serem ouvidos na reunião com a equipe do Incra, por volta das 17h30 desta terça-feira, os manifestantes do MPL deixaram pacificamente a sede do Incra, em Campo Grande. Reivindicações - Além da retomada da reforma agrária em MS, entre as reivindicações do movimento está a atualização dos índices de produtividade e a necessidade de vistoria nos acampamentos do MPL, como o Acampamento 08 de Março, em Guia Lopes da Laguna, e o Acampamento Zumbi dos Palmares, em Campo Grande. Além disso, o MPL apresentou ao superintendente do Incra uma lista de áreas cogitadas para criação de novos acampamentos, as quais devem ser vistoriadas. Entre elas estão: Fazenda Santa Carmem - rodovia MS-141, em Jateí; Fazenda Paquetá - rodovia MS-141, em Naviraí sentido Ivinhema; Fazenda Nova Esperança - rodovia MS-489, em Naviraí sentido Porto Caiuá; Fazenda Concórdia e Rodeio - rodovia MS 145, Naviraí; Fazenda Braúna - rodovia MS-145, em Naviraí; Fazenda Recanto das Netas - rodovia BR-163, em Itaquiraí; Fazenda Araguaia - rodovia MS-145, em Naviraí. Fazenda São João - rodovia BR-267, em Nova Alvorada do Sul; Fazenda Araras - rodovia BR-267, em Nova Andradina; Fazenda Furnas - rodovia BR -267, em Nova Andradina; Fazenda Corgo Fundo - rodovia BR 267, em Nova Andradina; Fazenda 3M -rodovia BR-267, em Nova Alvorada do Sul. Durante a reunião, o MPL também solicitou uma audiência com o atual ministro do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Luiz Paulo Teixeira. De acordo com Paulo, após mediação realizada pelo Incra, ficou acertada uma reunião em Brasília com a liderança do movimento, marcada para o dia 25 de abril, às 14h30 (horário de Brasília). Assentamento modelo - Além da regularização fundiária, o superintendente do Incra destacou que há uma necessidade de garantir qualidade de vida nos assentamentos. Segundo ele, é preciso pensar em "assentamentos modelos". As famílias são estabelecidas e precisam ter todas as condições necessárias para permanecerem lá e produzirem com qualidade de vida, incluindo acesso a estradas, água, energia elétrica, moradia, escola e posto de saúde. Trata-se de um conjunto de políticas públicas com o objetivo de garantir a qualidade de vida e proporcionar às famílias a tranquilidade necessária para produzirem", explica Paulo, o superintender do Incra em MS. Atualmente, com a crescente influência da tecnologia, Paulo também destaca que é preciso pensar no acesso à internet nos assentamentos. "Também precisamos pensar na conectividade. Percebemos a importância de fornecer infraestrutura que atenda às necessidades dos jovens também". Essa preocupação também está entre os jovens do MPL, como é o caso de André Hoffimiester da Silva, de 24 anos. Ele e sua família também reivindicam a reforma agrária em MS. "É importante ter essa conectividade. Eu por exemplo cuido das crianças no assentamento todo o final de semana. Então seria importante pensar nisso". Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Fonte: Campo grande News