Em abril vermelho, MST luta por cestas básicas nos assentamentos do Estado
Manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) estão na frente da sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária), em Campo Grande, para pedir que o Instituto dê cestas básicas às famílias que estão nos assentamentos no Estado.
Manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) estão na frente da sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária), em Campo Grande, para pedir que o Instituto dê cestas básicas às famílias que estão nos assentamentos no Estado. Ao todo, são 200 protestantes, que além dos alimentos básicos, pedem linhas de créditos bancários para produção deles. A ação faz parte de uma movimentação nacional em defesa do avanço da reforma agrária. Nesta terça-feira (16), os manifestantes do MPL (Movimento Popular de Luta) ficaram 10 horas acampados em frente à sede. Eles desistiram após promessa do superintendente do Incra em MS, Paulo Roberto da Silva, que assegurou que o Estado terá a reforma agrária. De acordo com Paulo, o primeiro passo será a atualização de cadastro das famílias acampadas no Estado, algo que já tem sido feito pelo Incra. Laura dos Santos, de 54 anos, é da direção nacional do MST e trabalhadora rural. Ela mora no assentamento Andalucia, em Nioaque, a 183 quilômetros da Capital. "A nível nacional, o MST tá em lutas, que é o Abril Vermelho, que foi 17 de Abril, o Massacre do Eldorado dos Carajás. Abril é o mês de jornada nacional em luta e defesa da reforma agrária, onde o MST é organizado, nós estamos realizando mobilizações de várias formas: Ocupações, ações de solidariedade, cursos de formação, ocupação de órgãos que são responsáveis para avançar a luta pela reforma agrária". Segundo ela, as ações enfatizam a importância da reforma agrária, com o quantitativo de pessoas necessárias para a produção de alimentos saudáveis, tanto para nós do campo, que estamos lá na roça, mas também para a população urbana, para a classe trabalhadora urbana. E assim nós vamos combater a fome e avançar o desenvolvimento no nosso país, no contexto agrário, econômico, político e social". Entre os manifestantes, pessoas de várias regiões da cidade, de 14 acabamentos, como Regional Fronteira, Reginal Vale do Ivinhema, Regional Norte, e Regional Pantaneiro. "Queremos infraestrutura nos assentamentos, que concretem as casas, as estradas, para depois vir a titularização, e que a regularização continue e seja feita", diz Laura. Produção - Cleiton Alexandre Pereira Valença, de 47 é agricultor, do assentamento Itamarati em Ponta Porã. Ele conta que mora no local com a esposa e dois filho. Ele também pede pela liberação de crédito para produção de alimentos. . "É necessário porque no assentamento Itamarati e tantos outros assentamentos do estado, a seca foi muito grande, então perdemos muita lavoura, tanta parte de milho, tanta parte de arroz, feijão. Então, não produz leite porque o pasto não veio. Nós precisamos que o governo federal libere recursos imediatamente para os assentamentos". Além disso, ele explica que os produtores também precisam que o recursos para as cooperativas sejam liberados. "Nós precisa de crédito, que tenham juros, que nem os agronegócios têm. Nós precisamos ter acesso a esses créditos que nós não temos. Então, nós precisamos fazer agroindústria nos assentamentos". Reivindicações - De acordo com o MST, a mobilização busca pressionar os órgãos responsáveis pela distribuição de terras para Reforma Agrária em áreas que já estão em negociação, que possuem ocupações ou cujos proprietários possuem irregularidades com a União. O movimento reivindica assentamentos em áreas localizadas em Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Batayporã e Dourados, além de elencar uma lista de fazendas com denúncias de trabalho escravo em Anastácio, Antônio João, Nioaque, Iguatemi, Naviraí e Jardim. "A Constituição Federal de 1988 prevê a realização de Reforma Agrária em terras improdutivas, ou seja, onde não há utilização pelos proprietários. Ela também pode ser realizada em localidades que possuam irregularidades", diz o Movimento. Massacre de Eldorado do Carajás - O nome ficou conhecido após a polícia ter assassinato dezenove sem-terra, em 17 de abril de 1996, no município de Eldorado do Carajás, no sul do Pará. O comando da operação estava a cargo do coronel Mário Colares Pantoja, que foi afastado, no mesmo dia, Ele chegou a ficar 30 dias em prisão domiciliar e depois foi liberado. Na época, o ministro da Agricultura, Andrade Vieira, encarregado da reforma agrária, pediu demissão na mesma noite, sendo substituído, dias depois, pelo senador Arlindo Porto. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Fonte: Campo grande News