Em meio ao ódio, pessoas trans deram a cara até em "culto" no Centro
É buscar essa rede de apoio e sair da violência porque ela (violência) está aí, mas a gente vai dançar com ela", garante a multiartista Emmy Mateus.
É buscar essa rede de apoio e sair da violência porque ela (violência) está aí, mas a gente vai dançar com ela", garante a multiartista Emmy Mateus. Janeiro começou com Onna Silva, a atriz transexual e sul-mato-grossense que já representou o Brasil em Cannes, um dos festivais de cinema mais renomados. No decorrer do ano, homens e mulheres trans, assim como travestis, seguiram aparecendo por aqui com histórias de conquistas na fotografia e teatro. Em meio a tudo isso, um tema precisou permear um pouco de tudo: como lidar com tanto preconceito e ódio mesmo quando os momentos eram para ser apenas de alegria. E é aqui que, em depoimentos ao Lado B , cada um deu a cara e mostrou como é necessário dar aula quando o assunto é resistir. Ainda no início do ano, um caso de transfobia foi denunciado durante uma partida de vôlei entre atléticas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Convidada pela reportagem para falar sobre o cenário, a primeira mulher trans no vôlei de Mato Grosso do Sul, Mikaella Lima Lopes resumiu o que é subentendido, mas nem sempre falado: A única coisa que a sociedade se abre é para a prostituição de pessoas trans, principalmente para mulheres trans". Para a coordenadora da ATT/MS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), o esporte e a cultura, por exemplo, precisam ser conquistadas. Não há um caminho aberto. Transformando a vida em culto Falando em conquistar espaços culturais, Campo Grande tem um exemplo que ficou marcado: as ações da coletiva De Trans pra Frente. O grupo conseguiu financiamento do governo federal para seu espetáculo e tomou a Esplanada Ferroviária com o "Culto das Travestis". Integrante e fundadora do grupo Emmy Mateus relatou que o objetivo era levar as pessoas trans e travestis para o centro, incomodar, gerar reflexões e mostrar que o cuidado precisa existir. Inclusive, esse cuidado talvez seja a chave descrita pelas entrevistadas: no lugar de focar no ódio, a estratégia tem sido cuidar de cada uma e criar uma rede de apoio. "É um aquilombar nosso, queremos dar um protagonismo para quem não tem acesso. A gente é o que é enquanto conjunto. Estamos celebrando a nossa cor, nosso gênero e nosso encontro. Quando nos encontramos, estamos em festa", completa Emmy. E, enquanto se fortalecem, a busca pelos direitos segue o caminho. Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .
Fonte: Campo grande News