Campo grande News
O governador Eduardo Riedel (PSDB) está em Brasília nesta quinta-feira (19), para discutir soluções para dois problemas emergenciais que atingem o Estado com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Em entrevista ao canal CNN Brasil, o tucano destacou um aspecto preocupante da crise atual: o aumento significativo de incêndios criminosos Riedel explanou que, embora as condições climáticas adversas, como a seca intensa, sejam fatores recorrentes nessa época do ano, a crise de 2024 traz uma novidade preocupante: o volume sem precedentes de incêndios provocados deliberadamente. "Algo que considero novo na crise deste ano é o número de incêndios criminosos. Eu nunca havia visto essa quantidade como ocorreu agora. Se olharmos para São Paulo, algumas regiões do nosso estado e até mesmo o norte do país, estamos vendo ações de natureza criminosa que precisam ser investigadas e punidas com muito rigor", afirmou o governador. Segundo Riedel, as causas por trás desses atos criminosos são diversas e vão além do fator climático. O governador sugeriu que interesses econômicos e até mesmo políticos podem estar motivando as queimadas. "Acredito que haja diferentes motivações. Algumas são de cunho político, tanto de direita quanto de esquerda, enquanto outras são puramente criminosas, com interesses econômicos. Essas ações precisam ser investigadas a fundo, e os responsáveis punidos rigorosamente. O Brasil não pode ficar à mercê de atos criminosos sempre que há uma condição climática desfavorável", declarou. O governador aproveitou ainda para alertar para o risco de se politizar o combate às queimadas, especialmente em um momento de crise climática e em pleno ano eleitoral. Para ele, o foco deve ser a ação objetiva e operacional no enfrentamento aos crimes ambientais, e não o uso do tema como ferramenta política. "Nós estamos em meio a uma discussão política municipal, mas precisamos deixar de lado a politização e focar nos resultados. Isso inclui prevenir, punir e combater essas ações criminosas de forma efetiva", reforçou. Durante a entrevista, o governador também defendeu uma abordagem unificada e integrada entre o governo federal e os estados para combater os incêndios e enfrentar a crise ambiental. Ele elogiou a postura do presidente Lula e de ministros do governo federal, que recentemente visitaram Mato Grosso do Sul para acompanhar de perto a situação das queimadas e discutir estratégias conjuntas de combate ao fogo. "O presidente Lula esteve recentemente em Mato Grosso do Sul com vários ministros, e o foco foi justamente integrar as forças e buscar resultados concretos. Acho que essa tem sido a melhor abordagem, porque sem integração entre os entes federativos, o combate ao fogo se torna menos eficiente", avaliou o governador. Além disso, Riedel ressaltou que a discussão sobre o combate às queimadas tomou proporções nacionais devido à abrangência da crise climática, que afeta diferentes estados do país. "A condição climática atual não é um problema isolado de Mato Grosso do Sul. O país inteiro está enfrentando os efeitos da seca, e é por isso que o debate precisa ser nacional, com a união de todos os entes da federação para alcançar resultados efetivos", disse. Mato Grosso do Sul tem sido um dos mais afetados pelas queimadas nos últimos anos, especialmente nas áreas de Cerrado e Pantanal. As queimadas descontroladas têm causado não só a destruição da fauna e flora locais, como também prejuízos econômicos e problemas de saúde à população, que sofre com a fumaça e a poluição do ar. Em 2020, o Pantanal registrou o pior índice de queimadas da história, e as expectativas para 2024 são ainda mais preocupantes, com o número de focos de incêndio já superando o registrado no mesmo período dos anos anteriores. O governo estadual tem intensificado as ações de combate ao fogo, com a mobilização de brigadistas e equipamentos, mas a situação segue crítica.