Campo grande News
Os protestos feitos desde o começo do ano pelas mães que reivindicam leite e fraldas para os filhos com deficiência ganharam um novo capítulo nesta quinta-feira (15). Durante reunião organizada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), no CEM (Centro Especializado Municipal), ficou definido que o município tem até 60 dias para distribuir os insumos. Cerca de 15 mães acompanharam a reunião que definiu o novo prazo para a entrega que será realizada a partir de duas licitações que serão abertas nos dias 21 e 29 deste mês. Do setor de compras da Sesau, Marcelo Ferreira comenta que o prazo deverá ser cumprido a partir desses novos processos. "A proposta foi apresentar justificativa e trâmites dos processos licitatórios sobre dietas especiais. Os processos em aberto para atender essas mães estão com agendamento para o dia 22 e 29 e quando é finalizada a homologação", explica. Outro ponto abordado na reunião foi a respeito das marcas de insumos adquiridas pelo município. A demanda surgiu já que algumas mães têm preferência por marcas específicas. Como esse detalhe não é especificado nas licitações, muitas vezes, elas recebem produtos de outra marca. Por conta dessa especificação, conforme Marcelo, ocorreu atraso na entrega. "Como não tinha marca isso acaba atrasando o processo por conta de determinações judiciais. Os dois processos de pregões, que são grandes com uma série de itens sobre insumos alimentares, passaram por vários trâmites. As empresas questionaram a escolha da marca", fala. Para resolver esse problema foi sugerido que as mulheres deixassem sugestões e pedidos de marcas no Cem. A alternativa é válida nos casos em que o juiz não determinou a marca e apenas as características do produto. "Isso vai para à Secretaria de Saúde e juntamos ao processo para que nas próximas licitações seja desclassificado os materiais. Isso dá ferramenta e suporte para que a gente consiga melhorar o processo de compra", completa Marcelo. O que dizem as mães - Lilidaiane Ricaldi faz parte do coletivo de mães, pois o filho de 8 anos tem uma deficiência que causa problemas na absorção dos nutrientes. Ela não consegue trabalhar porque cuida do menino que passa a maior parte do tempo em casa já que não consegue ir à aula. "Eu não trabalho pra cuidar dele. Devido a toda dificuldade que eles (município) colocam na criação dessa criança ficamos em casa. Ele falta na escola porque tem problema que não absorve os nutrientes, então se não tem o leite ele tem um déficit e baixa a imunidade", fala. Após a reunião, ela tem a expectativa que o filho tenha acesso ao leite e fraldas que precisa diariamente. "A reunião foi um esclarecimento para sanar as dúvidas sobre a demora para entregar esse medicamento que é sempre a mesma coisa. Acredito que não vai agilizar depois dessa reunião pela época de eleição", afirma. Joelma Belo, de 44 anos, participou de vários protestos neste ano e reclama que as mães estão "tentando enxugar gelo". "O que a gente quer é alguém que vai pegar nossa causa e resolver, a gente quer saber de prazo, quando vai resolver, quando vai ter o produto. Tem noites que não durmo porque não sei o que vai fazer no outro dia", relata. Ela é mãe da Maria Valentina, portadora de Síndrome de Cornélia de Lange, que precisa de leites especiais e fraldas ininterruptamente. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .