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Denúncia de maus-tratos leva protetoras de animais à prisão

As tutoras responsáveis pelo Instituto Guarda Animal, organização não-governamental instalada no Bairro Chácara dos Poderes, em Campo Grande, tiveram a prisão preventiva expedida pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais) no fim da tarde desta quinta-feira (4).

Por Propaga News em 04/07/2024 às 23:41:08

As tutoras responsáveis pelo Instituto Guarda Animal, organização não-governamental instalada no Bairro Chácara dos Poderes, em Campo Grande, tiveram a prisão preventiva expedida pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais) no fim da tarde desta quinta-feira (4). Denúncia anônima por omissão de cautela, poluição sonora e perturbação do trabalho alheio levou os agentes a uma chácara com 212 cães e 12 gatos. De acordo com o boletim de ocorrência obtido pela reportagem, uma das moradoras próximas ao espaço disse estar sofrendo com os barulhos e com os odores dos animais. Acompanhada pela Perícia Criminal e da Vigilância Sanitária, os policiais constataram acúmulo de dejetos, moscas e larvas em uma piscina sem tratamento, parasitas presentes nos animais, vestígios de queima de lixo no quintal, descarte irregular de lixo e remédios, além de omissão de cautela na guarda dos animais ferozes. Ainda segundo o documento, os bichos de estimação são mantidos em um único cômodo, com acúmulo de sujeira. Foi constatado ainda que vários dos animais não apresentam carteira de vacinação, No boletim, a Decat destacou que "embora trate-se de uma instituição voltada para o interesses dos animais, as dificuldades financeiras e a ausência de apoio da sociedade não justificam as situações descritas como maus tratos, tampouco a falta de manutenção da piscina, descarte de resíduos e integridade dos vizinhos". "Uma instituição de defesa ao animal não é obrigada a aceitar animais além da capacidade de cuidados, e não pode se furtar à lei se escondendo atrás de nobres fins", explica a delegacia nos autos processuais. Além da prisão preventiva, as autuadas Paola de Sousa Brizueña e Natália de Souza Brizueña terão que apresentar atestado de saúde individual de todos os animais que estão sob responsabilidade da ONG. O outro lado - Por telefone, a reportagem conversou com a defesa do instituto que chegou a ser notificado pelo MPMS (Ministério Público Estadual) no mês de maio . As autoridades exigiram melhorias na estrutura do espaço em que os animais vivem, como a construção de baias para separar em grupos. "Desde 2022 algumas ações foram fixadas pelo MP e cumpridas pelas protetoras. Agora, a situação de novas denúncias se repete. A gente tem tentado fazer um trabalho de conscientização. O trabalho é sério, as meninas não tem incentivo público e tudo é feito através de doação. São muitas demandas, e com poucos recursos, nem todas as demandas fixadas pela lei são cumpridas", disse a advogada Vitoria Junqueira Cândia. Ainda segundo a defesa, o momento é delicado. "A situação de hoje, de uma forma irônica, é totalmente contrário ao que é praticado pelas protetoras. Elas são as que mais se dedicam, que eu como pessoa física, conheço. Elas fazem um trabalho desde 2016, sendo uma das ONGs mais sérias da Capital, que chega a ajudar outras organizações que acolhem os animais. Depois do episódio de hoje, vejo várias ilegalidades, como a data da audiência de custódia, marcada para sábado (6). Isso não existe no Código Penal". Entenda - Não é a primeira vez que a Instituição Guarda Animal se torna notícia. Em 2022, a antiga sede da ONG foi alvo de operação da Polícia Civil. À época dos fatos, a denúncia de maus-tratos foi protocolada no Bairro Novos Estados. "Abdicamos das nossas vidas para cuidar deles. Não sabem a luta diária que é manter tudo isso de animais sem ajuda de ninguém, só de vocês aqui, mas quando tem um animal em situação péssima precisando de resgate lembram de nós", disse Paola ao Campo Grande News . "Eles sabem que nós não temos ajuda do Poder Público. Já entregamos as documentações das contas para o Ministério Público, já entregamos para o Tribunal da Justiça, para o Governo, para a Prefeitura, mas não houve repasse de verba. Estão cobrando melhorias que a gente não tem de onde tirar". Receba as principais notícias do Estado no WhatsApp. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook , Instagram e TikTok

Fonte: Campo grande News

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