Campo grande News
A Polícia Militar desativou, na noite desta segunda-feira (3), dois cassinos funcionando clandestinamente em Campo Grande. Estes são o terceiro e quarto flagrantes em uma semana. As casas de jogos de azar estavam instaladas a poucos metros uma da outra, na Avenida Tancredo Neves, uma das mais movimentada do Aero Rancho – o conjunto habitacional mais populoso da Capital, no sul da cidade. O primeiro flagrante foi em "portinha" verde em meio aos comércios da avenida. Homem foi preso, duas máquinas de apostas foram apreendidas. Conforme apurado por policiais, o local recebia apostadores há cerca de dois meses. Diferente do que se imagina de um cassino, por lá, a jogatina acontecia em cadeiras de plástico, sob o refresco de ventilador. Enquanto faziam o flagrante no espaço, PMs foram avisados de máquina instalada em bar mais a frente. O dono do comércio, que não teve o nome revelado, também foi preso. Dois flagrantes em 3 dias – Na semana passada, foram dois flagrantes. Na noite de segunda-feira (27), policiais da Força Tática da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar flagraram um cassino funcionando na calma Rua Luiz Dodero, no Jardim São Bento, em Campo Grande. No local, 14 equipamentos eletrônicos foram encontrados. Conforme apurado pela reportagem, a equipe policial recebeu uma denúncia dizendo que duas pessoas, supostamente armadas, estariam discutindo em frente ao local. A guarnição foi averiguar a situação e, ao chegar à residência, encontrou um funcionário que disse apenas zelar pelo espaço. O jovem, que não foi identificado, alegou ter sido contratado há quatro semanas por uma mulher, também funcionária durante o período matutino. À polícia, ele confirmou que a casa funcionava há dois meses e era alugada para atender um grande fluxo de apostadores. A reportagem teve acesso ao ambiente. As 14 máquinas, avaliadas entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, acompanhadas de cadeiras almofadadas, em um ambiente escuro, equipavam o cassino, instalado em área nobre, na rua que conecta o São Bento com a Avenida Eduardo Elias Zahran. Na quarta-feira (29), denúncia levou policiais a lanchonete no Bairro Guanandi – também no sul da Capital. Por lá, a lanchonete do "Gordão" servia de fachada para as apostas ilegais. O estabelecimento, cuja fachada anuncia porções, caldos, pastel, x-salada e x-bagunça, além do "copão" a R$ 10 e vodka com energético, também lucrava com jogos de azar. Por lá, 16 máquinas caça-níqueis foram apreendidas e policial penal aposentado acabou preso. O que diz a lei? - Cassinos ou qualquer atividade que inclua jogos de fortuna ou azar não são autorizados no Brasil. Os anos anteriores a 1946 são considerados "era de ouro" da jogatina no País, quando o presidente Getúlio Vargas legalizou a prática para fomentar o turismo. O artigo 50 da Lei de Contravenções Penais, restaurado pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra, em 46, proíbe "estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele" e prevê pena de prisão para quem descumprir essa regra. Até 1993, apostas ficaram totalmente proibidas no Brasil até que, durante o governo Itamar Franco, a Lei nº 8.672, conhecida como "Lei Zico", autorizou o retorno dos bingos promovidos por entidades esportivas, apenas para arrecadar recursos para fomentar os esportes no País. A liberação foi derrubada em 1998. Desde então, várias tentativas de legalizar os cassinos passaram pelo Congresso Nacional. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .