Ontem foram atendidas 20 ocorrências, que envolveram alagamentos, queda de árvores, queda de barreiras, além de vistorias. As aulas seguem suspensas nos bairros de Juquehy, Barra do Sahy, Cambury, Boiçucanga, Maresias e Toque-Toque Pequeno. Também não há registro de interdições ou bloqueios em rodovias da região até o momento, informou a prefeitura.
A suspensão das aulas, segundo a Secretaria Municipal de Educação, se dá em virtude do acentuado volume de chuvas previsto para esta quarta-feira (14) e para "garantir a segurança dos alunos, professores e outros funcionários". As creches funcionam normalmente.O governo municipal disse ainda que segue dialogando com as demais autoridades para monitorar a situação e garantir a normalização das atividades assim que as condições permitirem, inclusive com a possibilidade de retorno ainda hoje.
Os dados de monitoramento mostram volume de 206,03 milímetros de chuva nas últimas 24 horas e 248,53 mm nas últimas 72 horas. O esperado para todo o mês de junho é 101,1 milímetros.
Para atender as famílias afetadas, a prefeitura abriu três pontos de abrigo nessa terça-feira (13), e duas pessoas foram acolhidas nesses locais. Segundo o governo, o acolhimento se deu por decisão particular e não por necessidade de remoção.
Histórico
No começo deste ano, durante o carnaval, a cidade foi atingida por fortes chuvas, que provocaram a morte de 64 pessoas. Essa foi uma das maiores tragédias da história do estado. Foi também o maior acumulado de chuva de que se tem registro no país, atingindo a marca de 626 milímetros em São Sebastião. O bairro mais atingido na ocasião foi a Vila do Sahy.
Em entrevista à TV Brasil, o capitão Roberto Farina Filho, diretor de comunicação da Defesa Civil Estadual, disse que os fatores que provocaram as chuvas neste momento são diferentes dos observados em fevereiro, mas, como a região já foi muito afetada, a terra fica encharcada de forma mais rápida agora.
"Não tem mais aquelas árvores, aquela grama que tinha antes, então nós temos uma camada superficial menor, fazendo com que a água fique encharcada mais rapidamente, fazendo com que sejam gerados esses deslizamentos. Toda atenção neste momento é importante para que possamos manter a normalidade na região", afirmou
De acordo com a Defesa Civil, a tendência é que a massa de ar que se desloca do continente se dissipe no oceano e que a chuva comece a diminuir. A temperatura, no entanto, seguirá baixa nos próximos dias. "Provavelmente, teremos chuvas até sexta-feira", disse o diretor.
Orientações
Farina recomenda que motoristas que pretendam se deslocar para a região observem os alertas e busquem informações. "Nós temos canais da Artesp [Agência de Transporte do Estado de São Paulo], DER [Departamento de Estradas de Rodagem], que inclusive está no local fazendo operações de siga e pare em locais e trechos parcialmente danificados".
Para quem mora em locais de risco, a orientação é observar o sinal de movimentação de terra. "Se você vê uma rachadura, uma trinca na sua residência, se observa um poste, uma árvore inclinada ou até um muro mais embarrigado, o muro que forma uma ondulação devido à pressão do solo, busque um local seguro e informe a Defesa Civil pelo telefone 199", afirmou.
O capitão destaca ainda que, em situações de perigo, a população deve buscar o Corpo de Bombeiros no telefone 193. "É muito importante as pessoas ficarem atentas e observarem esses sinais de anormalidades em suas residências", alertou.
Outros canais de informações da Defesa Civil são as mídias sociais (@defesacivilsp), o aplicativo Alerta SP e o SMS 40199. Quem tiver interesse em informações de determinada área, basta enviar um torpedo com o CEP e esse número passará a receber alertas.
* Com colaboração de Guilherme Jeronymo, da TV Brasil.
Agência Brasil