Campo grande News
A acompanhante de um paciente que está no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) nesta sexta-feira (22) enviou ao Direto das Ruas fotos e relatos de indignação com o que viu no setor de Pronto Atendimento Médico e soube o que acontece na enfermaria da instituição. "Gente! Muitas pessoas nos corredores e não tem cama nem cadeira para quem está acompanhando. Eu fiquei em pé por mais de duas horas porque não tinha onde sentar enquanto eu acompanhava uma senhorinha acomodada no corredor", começa. Uma cuidadora de idosos a substituiu como acompanhante e conseguiu negociar a saída da paciente da área de passagem do setor para um dos quartos. Porém, a denunciante se preocupa com outras pessoas que continuam lá e com um outro problema, que é a insuficiência de profissionais. "Tem quatro enfermeiros à noite para atender uns 50 pacientes", diz. R$ 2,7 milhões para fachada - A acompanhante, que preferiu não se identificar, questiona o dinheiro que o hospital está gastando com pintura e modernização da fachada, quando a prioridade deveria ser o atendimento aos pacientes. Quanto a isso, ela enviou ao Direto das Ruas publicação do site oficial do HRMS feita no ano passado para anunciar investimento total de R$ 6,2 milhões em reformas e ampliações. "Falam aqui que vão fazer reformas, mexer nas estruturas e tudo mais, mas no pronto atendimento não existe essa situação. A situação do paciente é cruel aqui", aponta. "Uma das reformas vai gastar mais de um R$ 1 milhão para a pintura e modernização da fachada. Olha, eu entendo que pintura é importante, claro, dar uma outra visão. Mas pintura não é importante para o paciente, porque o paciente precisa de leito, o paciente precisa de um atendimento decente, os enfermeiros que lá trabalham precisam ter um local apropriado de trabalho", complementa. Ela afirma que irá formalizar denúncia ao Ministério Público Estadual que, inclusive, abriu dois inquéritos nesta semana para investigar a falta de médicos pediatras plantonistas e a execução de um programa de proteção à segurança do paciente do HRMS. "É um descaso com a saúde pública, é um descaso do Estado, de quem recebe o dinheiro e não sabe distribuir isso. Faltam pessoas para atender e os médicos fazem o que podem ali", se revolta. Exames e estrutura - A acompanhante denuncia ainda que não havia contraste para fazer exames de imagem no hospital dias atrás, quando ela esteve no local. Ela afirma ter ouvido de profissionais que trabalham na instituição que a enfermaria atende mais pacientes do que tem capacidade, assim como o setor de pronto atendimento. "É muito difícil", desabafa. O que diz o hospital - A assessoria do Hospital Regional foi contatada para se manifestar sobre as denúncias, mas não respondeu até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .