Com alta procura, clínicas privadas seguem com escassez de vacina da Dengue
Com o aumento dos casos de Dengue nos últimos meses, a procura pela vacina nas clínicas particulares de Campo Grande também tem crescido.
Com o aumento dos casos de Dengue nos últimos meses, a procura pela vacina nas clínicas particulares de Campo Grande também tem crescido. No entanto, entre as cinco clínicas privadas consultadas nesta quarta-feira (14), todas relataram ter baixo ou nenhum estoque da vacina. De acordo com as clínicas, a procura pela vacina aumentou entre janeiro e fevereiro, após o anúncio do aumento no número de infectados pela Dengue e da disponibilidade da vacina na rede pública. "A procura está alta. E após a divulgação da vacina, aumentou ainda mais. Porém, a vacina entrou em falta neste mês de fevereiro. Vendemos uma média de 95 doses em janeiro", explica a assessoria da Clínica Imunitá, que reitera que não há data para reposição. No Laboratório Bioclínico, o problema é o mesmo. Muita demanda e pouca vacina. "Estamos em falta. A procura está bastante grande, está esgotando muito rápido, porque os casos de Dengue só aumentam. Quando chega em alguma unidade, logo esgota", informa o laboratório. A clínica de vacinas Vaccini também teve uma alta procura neste começo de ano. De acordo com a assessoria da clínica, em Campo Grande uma média de 157 pessoas adquiriam o imunizante entre janeiro e fevereiro deste ano. De acordo com a médica da clínica Vaccini, Dra. Ana Carolina Nasser, em junho do ano passado, 300 pessoas se vacinaram assim que o imunizante foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "Notamos um aumento na procura devido à situação epidemiológica que estamos vivenciando no Brasil. A vacina Qdenga estava disponível desde junho de 2023. Nosso lote acabou há poucos dias e a Dengvaxia, que foi descontinuada do mercado com a chegada da Qdenga, está em falta desde outubro de 2016. Hoje, a rede privada aguarda um novo lote para atender, não temos vacina e não há previsão de normalização pelo fabricante", explica a Dra. Ana Nasser. Já na clínica Immune Life, o estoque comprado no começo deste ano acabou rapidamente e segue sem data para reposição. "Estamos em falta. Está em falta porque não temos a vacina nas redes de distribuição. No começo do ano, nós compramos vacinas, mas foi um estoque médio. Só que em janeiro, essa procura aumentou". A assessoria da Immune Life explica que as vacinas estão em falta devido ao contrato de exclusividade das distribuidoras com a rede pública. "Tentamos até comprar mais, mas não havia mais vacinas. Não há data de normalização da disponibilidade para redes particulares, pois a prioridade é cumprir o contrato com a rede pública". Conforme noticiado anteriormente, dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que o número de pessoas infectadas por dengue nos últimos seis dias dobrou. Os dados atualizados na segunda-feira (12) confirmam 619 pacientes com a doença. Na semana passada, eram 310. Valores - A vacina QDenga, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda, foi aprovada pela Anvisa em março de 2023 e disponibilizada para venda em julho do mesmo ano. Sua eficácia global contra infecção é de 60% a 80%, enquanto a eficácia contra formas graves é de 85% a 90%. Desta forma, a vacina é capaz de prevenir aproximadamente 8 em cada 10 casos de Dengue grave e com risco de hospitalização. Liberada para faixa etária entre 4 a 60 anos, deve ser aplicada em duas doses com intervalo de três meses. A vacina QDenga está disponível em diversas clínicas de Campo Grande desde o ano passado, com preços que podem chegar até 600 reais por dose. Na Immune Life, a vacina QDenga é oferecida em duas doses, com um intervalo de 90 dias para a segunda aplicação, ao custo de R$ 535 por dose, indicada para adultos de até 60 anos. Na clínica Vaccini, o valor de cada dose pode chegar a até R$ 600, seguindo o mesmo esquema vacinal de duas doses, com intervalo de aplicação de três meses. No Laboratório Bioclínico, uma dose da vacina contra a Dengue é comercializada por R$ 382, sendo necessário seguir um esquema de duas doses, aplicadas com intervalo de três meses. Enquanto isso, no Laboratório Albert Sabin, localizado na Avenida Afonso Pena, o esquema vacinal é o mesmo, isto é, duas doses com intervalo de três meses, com o valor de R$ 400 por dose. Fornecimento - No dia 5 de fevereiro, a empresa farmacêutica Takeda emitiu um comunicado informando sua decisão de priorizar o atendimento aos pedidos do Ministério da Saúde no fornecimento da vacina contra a dengue, Qdenga. A Takeda justificou essa medida diante da inclusão da Qdenga no SUS (Sistema Único de Saúde) e do agravamento da epidemia de dengue em diversas regiões do Brasil. A empresa reforçou seu compromisso com a equidade na saúde, concentrando esforços para atender à demanda do Ministério da Saúde e alinhando-se à estratégia vacinal definida pelo DPNI (Departamento do Programa Nacional de Imunizações). O objetivo dessa ação é fortalecer a prevenção e o controle da dengue no país. Mato Grosso do Sul receberá as doses nos 79 municípios, contribuindo para a proteção da população em áreas endêmicas. Atualmente, a QDenga tem sido oferecida na rede pública de saúde. Nesta Quarta-Feira de Cinzas (14), a vacina contra a dengue será aplicada em seis unidades de saúde de Campo Grande. Neste primeiro momento, serão vacinadas crianças de 10 e 11 anos, depois será de forma escalonada até chegar aos 14 anos. A aplicação é das 13h às 16h45. Os locais que abrirão são: USF (Unidade de Saúde da Família) Noroeste; Zé Pereira; Universitário; UBS (Unidade Básica de Saúde) Dona Neta; 26 de Agosto; e Coronel Antonino. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas. Ao todo, Mato Grosso do Sul recebeu 69.570 doses, sendo que 24.639 foram repassadas para a Capital. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Fonte: Campo grande News