Um dia depois de vendaval, famílias lutam para reconstruir barracos
Um dia após o vendaval que causou pânico na comunidade Cidade dos Anjos, na rua Segismundo Tavares Santana, bairro Parque Lageado, moradores lutam para reconstruir o que sobrou dos barracos.
Um dia após o vendaval que causou pânico na comunidade Cidade dos Anjos, na rua Segismundo Tavares Santana, bairro Parque Lageado, moradores lutam para reconstruir o que sobrou dos barracos. As casas improvisadas ficaram tomadas por galhos. Uma das famílias teve que abrigar os filhos em um guarda-roupa até que o tempo melhorasse. Hoje, residentes trabalham em equipe para levantar troncos pesados e colocar lona na estrutura externa das residências. Ainda no sábado (3) a prefeitura de Campo Grande esteve no local distribuindo 13 lonas para os moradores. Segundo eles, o material não foi suficiente para contemplar todos os prejudicados. Também foram entregues colchões às famílias. Alexander Valejo, de 29 anos, é o pai que precisou proteger as crianças no guarda-roupa. Ele comenta que pelo local ter muitas árvores grandes sem poda, quando chove é sempre um medo constante. "É uma tristeza. Tinha até conversado com os bombeiros para cortar as árvores, mas falaram que precisamos pedir para a prefeitura. Desde que teve a ventania foi um sufoco. Tivemos que colocar meus filhos no guarda roupa porque estava muito feio. Atingiu muitas casas. Temos muito trabalho pela frente". Adriana do Nascimento Silva, de 34 anos, conta que está morando na ocupação há três anos e que desde então é sempre o mesmo problema. "Essas árvores estão todas ocas, podres. Não precisa nem chover pra ela cair. Às vezes estamos sentados aqui fora e cai o galho seco. É terrível, quando estamos nos recuperando de uma situação dessa, chove e acontece de novo. Essa lona que dão pra gente aguenta uma chuvinha e já rasga". Ela comenta que pretende tirar os galhos pesados com ajuda do marido e vizinhos. "vou cortando aos pouquinhos". Há uma ano no local, Rosa Edelvina, 38 anos, se sente exausta em ter que lidar com as tragédias climáticas na comunidade. "Tenho muito medo pelas minhas crianças, né. Toda vez é um problema, da outra vez pegou fogo e agora foi água que entrou no barraco. Está muito sofrimento, é muito feio o que passamos por aqui. Graças a Deus não ocorreu o pior no meu barraco". Katiuscia Valentina Ferreira, de 49, mora na ocupação há três meses, mas o episódio já foi classificado como um dos piores. "Ontem foi um dos piores dias da minha vida, o vento estava muito forte. Nós só pensamos em proteger as crianças, os idosos e os animais. A minha casa molhou toda, a árvore caiu bem em cima e cheguei até a perder meu colchão. De noite o Cras apareceu e conseguimos pegar dois de solteiro e uma lona da liderança, que me deu a dela, porque tava molhando muito". A vice-líder da comunidade, Camila Alves, ressalta que ainda há muitos barracos para serem arrumados. Segundo ela, a prefeitura informou que é necessário agendar uma reunião com a Ehma, (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) para cadastrar os moradores no sistema. A ocupação irregular existe desde 2020. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Fonte: Campo grande News