Mulher trans negra, Valéria assume o posto ocupado por 12 anos pela ativista e transexual histórica da noite carioca Jane di Castro, que morreu em 2020.
Ao convidar a nova intérprete para a Parada LGBTI+, o Grupo Arco-Íris, organizador do evento, informou que a intenção é que a cantora continue nas próximas edições.Valéria está no ar na TV aberta na novela Terra e Paixão, como Luana Shine.
Eterna
A posição de intérprete do Hino Nacional na Parada LGBTI+ do Rio de Janeiro, a mais antiga do Brasil, ganhou notoriedade pela presença marcante de Jane Di Castro, que abria a parada com sua interpretação.
Jane estreou na noite carioca em 1966, no espetáculo Les Girls, e, desde então, não saiu mais dos palcos. Foi dirigida por grandes nomes como Ney Latorraca, Bibi Ferreira, Marlene, Berta Loran. Atuou também em vários trabalhos na televisão e no cinema. No documentário Divinas Divas, dirigido por Leandra Leal, Di Castro conta sua luta junto a outras grandes artistas trans, como Rogéria, para romper padrões em uma época de grande repressão.
Durante o programa Atos, da TV Brasil, Jane relembrou esse período difícil, em que chegou a ser presa várias vezes por se vestir de mulher, mas ressaltou a felicidade que a arte lhe trouxe desde então.
A atriz e cantora morreu aos 73 anos, vítima de um câncer, em 23 de outubro de 2020.
Agência Brasil