O Sitio Roberto Burle Marx é uma propriedade de 40,7 hectares, remanescente de uma fazenda do século 18, situada na Estrada Roberto Burle Marx1 nº 2019, em Barra de Guaratiba, na capital do estado do Rio de Janeiro.
A propriedade inclui, além de uma extraordinária coleção botânico-paisagística, sete edificações, cinco espelhos d'água e um acervo museológico de mais de 3 mil itens e constitui o maior e mais importante registro de memória da vida e obra do artista múltiplo Roberto Burle Marx, mundialmente reconhecido tanto por seus projetos de jardins tropicais quanto pela extensa produção no campo das artes visuais, em variados meios de expressão: gravuras, serigrafias, desenhos, esculturas, tapeçarias, pinturas sobre diferentes suportes, painéis de cerâmica, joias, cenários e figurinos para teatro, entre outros.
Além de obras produzidas por Burle Marx, estão preservados no sítio a biblioteca do artista; sua residência com todo o mobiliário e objetos pessoais; suas coleções de arte sacra, cerâmica pré-colombiana, conchas, objetos de design e arte popular.
A vegetação nativa da região é outro destaque do equipamento e inclui espécies pertencentes ao manguezal, à restinga e à Mata Atlântica. As informações são do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ao qual está subordinada a unidade.
Memorial
Neste sábado (30), será lançado no sítio o projeto Memorial Botânico Roberto Burle Marx, 40 anos depois de uma expedição realizada pelo paisagista na Amazônia. O evento é intitulado A Descoberta da Vegetação Brasileira por Roberto Burle Marx. O objetivo do projeto é reunir e sistematizar os registros e as memórias das excursões de coleta feitas por Burle Marx ao longo de muitos anos, que foram o principal aporte para a constituição da coleção de plantas do sítio.
A expedição de Roberto Burle Marx à Amazônia foi realizada entre 27 de setembro e 17 de novembro de 1983 e contou com patrocínio da Varig, então uma das principais companhias aéreas do Brasil. Foram quase dois meses de viagem, com um roteiro extenso. Nessa época, Burle Marx tinha 74 anos e seus colaboradores, que hoje coordenam o projeto, tinham entre 20 e 30 anos de idade.
Em 53 dias de viagem, foram percorridos 11 mil quilômetros de estrada, 1,8 mil quilômetros de rios. Iniciado no Rio de Janeiro, o percurso incluiu Cuiabá, Porto Velho, Manaus, Boa Vista, Belém e Goiânia, voltando daí à capital fluminense. Foram coletadas mais de 350 espécies botânicas diferentes. Os resultados da viagem foram registrados em publicação de circulação restrita do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), intitulada Expedição Burle Marx à Amazônia.
Agência Brasil