O maestro Tomaz Soares destacou o fato de os alunos apresentarem diversidade em origens, gêneros e credos, o que amplia a representatividade em cena. Entre os alunos da academia, 60% são pretos e pardos e 30%, mulheres, o que impacta de forma positiva no futuro da música de concerto, na avaliação de Soares. Ele é professor da Academia Juvenil da OPS desde 2012, quando ela foi criada.
A Academia Juvenil oferece, gratuitamente, um ciclo de estudo de dois anos a jovens oriundos de escolas de música e orquestras comunitárias, preparando-os para o teste de habilidade específica (THE), exigido dos músicos para o ingresso nas faculdades de música das universidades federais. No Rio de Janeiro, esses cursos são oferecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A coordenadora pedagógica da Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica, Monique Andries, considera que o concerto de integração demonstra a importância do projeto socioeducativo pelo qual passaram 150 alunos, desde sua criação. O projeto começou só com cordas e expandiu também para instrumentos de sopro e percussão. Atualmente, 29 alunos participam do ciclo de dois anos do projeto. A média de aprovação no THE alcança 97%. Mas, nos últimos três anos, tem atingido 100%, informou Monique à Agência Brasil. "Todos os academistas que fizeram o teste foram aprovados".
Para ingressar na Academia Juvenil da OPS, o interessado já tem que saber tocar um instrumento e entender de leitura de partitura. É exigido também solfejo (leitura cantada das notas musicais de uma partitura). É feita uma audição anual, geralmente em fevereiro. "As vagas dependem da necessidade que se tem a cada ano. A procura é muito grande. Eles passam por uma banca da OPS, composta de professores da academia, que selecionam os que estão mais avançados", explica o maestro Sammy Fuks.
A idade mínima é 15 anos e, a máxima, 20. "A gente pega esses alunos que estão querendo se profissionalizar e, principalmente, querendo entrar nas universidades de música federais", diz o maestro. Na academia, eles têm aulas de teoria e percepção musical e prática de orquestra. Os 29 alunos do projeto se dedicam ao aprimoramento dos seguintes instrumentos: violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompete, trompa e percussão.
Com 48 anos de existência, a Orquestra Petrobras Sinfônica é uma das mais conceituadas do país. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita por distintos estilos e linguagens. Seu diretor artístico e maestro titular é Isaac Karabtchevsky, um nome consagrado no panorama nacional e internacional.
Fonte: Agência Brasil