A professora lamenta que os jovens ficam muito expostos a informações de fora. "Só querem as redes sociais", afirmou, em entrevista à Agência Brasil. Isso ocorre porque Upanema é uma das 2.712 cidades brasileiras (com ao menos 26,7 milhões de habitantes) consideradas como "desertos de notícias" (quando não há presença de noticiário de imprensa local), segundo a sexta edição do estudo Atlas da Notícia, do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor).
Isso ocorreu, segundo o presidente do Projor, Sérgio Ludtke, em vista do avanço dos meios nativos digitais e pelo crescimento da produção de notícias por rádios comunitárias.
"Um total de 95 municípios da Região Norte deixou de ser deserto de notícias. Muitos deles estão embalados pela cobertura ambiental. Isso foi possível devido à expansão dos meios digitais", afirmou.
Ele lembrou que os dados são relevantes também porque a informação de qualidade potencializa a democracia.
Cidades nordestinas são mais vítimas da falta de veículos locais. "Há estados como o Piauí e o Rio Grande do Norte que têm quase oito em cada 10 municípios com desertos de notícias".
O presidente do Projor defende políticas públicas que possam incentivar o crescimento do jornalismo a fim de combater inclusive a desinformação. A pesquisa foi realizada com o apoio de 303 colaboradores voluntários e estudantes de 80 organizações e universidades. Os dados foram coletados entre outubro do ano passado e julho de 2023.
Os coordenadores do estudo vão fazer uma conferência online na próxima terça-feira (dia 15), às 19h, na página do Observatório de Imprensa no YouTube.
Segundo Sérgio Ludtke, as informações do estudo vão possibilitar, por exemplo, que pesquisadores verifiquem os efeitos da falta de um jornalismo local e possam relacionar com os dados sociais das cidades.
Fonte: Agência Brasil