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"Viadinho da manhã": professor expõe homofobia e assédio em academia

Um professor de educação física de 30 anos denunciou casos graves de homofobia, assédio moral e perseguição que alega ter sofrido enquanto trabalhava na unidade de uma localizada na Avenida Mato Grosso, no Centro de Campo Grande.

Por Propaga News em 17/05/2025 às 17:51:58

Um professor de educação física de 30 anos denunciou casos graves de homofobia, assédio moral e perseguição que alega ter sofrido enquanto trabalhava na unidade de uma localizada na Avenida Mato Grosso, no Centro de Campo Grande. Ele registrou boletins de ocorrência, ajuizou processo contra a empresa e agora tornou público o caso após ter sido demitido. Segundo o profissional, os episódios de abuso começaram a se intensificar em dezembro de 2024, quando foi punido pela gerente da unidade por um atraso. Como "castigo", ela o obrigou a fazer burpees — exercício físico de alta intensidade que consiste em agachamento seguido de flexão e salto — em frente aos alunos. O constrangimento foi apenas o início de uma sequência de humilhações. No mês seguinte, em janeiro de 2025, o professor teve uma garrafa furtada dentro da academia e, ao comunicar o fato, passou a ser ignorado pela chefe, que deixou de responder mensagens e evitava qualquer interação direta. Ainda em janeiro, ele teve acesso a conversas no computador da gerência da academia que comprovariam a prática sistemática de assédio por parte da gerente e de um superior hierárquico da rede, diretor de operações. De acordo com a vítima, o computador da gerência é de uso comum entre os funcionários, e a gerente frequentemente autorizava o uso inclusive de seu WhatsApp web, que estava logado na máquina. No dia 26 de janeiro, enquanto tentava resolver um problema com a internet da academia, o professor visualizou conversas entre os gestores, que, segundo ele, revelam claramente a intenção de forçá-lo a pedir demissão. Provas - Prints dessas conversas, agora anexados ao processo, mostram a gerente se referindo ao funcionário com termos como "viadinho", "safado", "mal caráter" e "vagabundo". O diretor incentiva medidas para prejudicar o professor, como a retirada das aulas de abdominal que ele ministrava, com o objetivo de reduzir seu salário. Há ainda menções a "passar a faca nele" e simulações da sua rescisão contratual, além de insinuações de cancelamento de férias para puni-lo. "A orientação dele é me espremer até que eu mesmo pedisse pra sair. Eles falavam isso abertamente. Mesmo depois de ter sofrido furto e relatado, fui tratado como culpado. É revoltante", afirma o professor. A gerente também cogita dar advertência por um suposto atraso de dois minutos e, em tom de deboche, menciona que o funcionário "dá nojo" e que "pedir para sair seria o melhor". Em outra troca de mensagens, após simular a demissão, o diretor afirma: "Bota o macho pra trabalhar e arranca o couro dele", ao que a gerente responde chamando o funcionário de "vagabundo demais" e sugerindo que cancelar suas férias o prejudicaria diretamente. Conforme o denunciante, o assédio não era apenas individual, mas institucionalizado, com o diretor endossando os ataques. "Sempre foi muito difícil trabalhar lá. Ela [gerente] era grossa, os próprios clientes já reclamaram dela. Sempre percebi que ela me perseguia", relata. O ápice veio quando, ao chegar para dar aula, o professor teve o acesso bloqueado à unidade, sem qualquer aviso prévio. Pouco depois, foi oficialmente demitido. A vítima representou criminalmente contra a gerente e o diretor por assédio moral, perseguição e injúria homofóbica, crime previsto no ordenamento jurídico brasileiro desde que o Supremo Tribunal Federal equiparou a homofobia ao crime de racismo. Procurados para comentar o caso, a gerente e o diretor ainda não responderam as mensagens enviadas e também não atenderam as ligações. A reportagem foi até a academia, mas a responsável pelo local não estava. A equipe deixou recado com o funcionário da recepção. O espaço segue aberto para esclarecimentos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

Fonte: Campo grande News

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