Em carta, delegadas acusam imprensa de "sensacionalismo" em caso de feminicídio
Após pedirem desligamento coletivo da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), doze delegadas de Campo Grande assinaram carta com criticas à imprensa.
Após pedirem desligamento coletivo da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), doze delegadas de Campo Grande assinaram carta com criticas à imprensa. No texto, elas afirmam que as denúncias dirigidas à equipe composta pela delegada titular, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, e às delegadas Riccelly Donha e Lucélia Constantino, "atentam contra a honra e a dignidade das profissionais, representando um ataque a todas as mulheres que atuam na segurança pública". A carta começa falando o que consideram "exploração midiática do caso", afirmando que a busca por popularidade desrespeita a memória da vítima e de seus familiares, além de desvalorizar o trabalho sério dos policiais que atuam diariamente para garantir justiça. O fato dos veículos de imprensa divulgarem áudio em que a vítima Vanessa Ricarte critica a postura da Deam, na avaliação das delegadas é "sensacionalismo", que não contribui para um debate responsável sobre a violência de gênero. O áudio em questão instaurou crise na Casa da Mulher Brasileira. Em mensagem enviada a um amigo, a jornalista relata atendimento falho na Deam e orientações equivocadas. Horas depois, ela foi morta pelo ex-noivo, com 3 facadas no coração. "A exploração midiática de um caso tão cruel de feminicídio, movida pela busca por popularidade, desrespeita a memória da vitima e de seus familiares, além de desvalorizar o trabalho sério de policiais que atuam diariamente para garantir justiça". O grupo se coloca como vítima de movimento de desmoralização e diz que apenas cumpre a lei. "Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a seriedade na
apuração dos fatos, sempre respeitando as normas legais e o devido processo. Não aceitaremos qualquer tentativa de desmoralização dos nossos profissionais, que desempenham um papel essencial na luta contra a violência de gênero", destacam no documento. Na avaliação das policiais, a equipe da Deam é composta por profissionais qualificados e dedicados, "que buscam oferecer um atendimento humanizado, reforçando o compromisso da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul no combate à violência de gênero." Apesar do interesse em abandonar a Deam, as delegadas ressaltam que a delegacia permanece firme em sua missão de proteger e garantir justiça às vítimas de violência e avaliam a atuação. "Nos últimos anos, a DEAM de Campo Grande registrou um aumento
significativo na resolução de casos, salvando inúmeras vítimas. O trabalho preventivo, por meio de campanhas de conscientização e parcerias com instituições, tem sido essencial para combater e prevenir a violência contra a mulher"
Fonte: Campo grande News