Campo grande News
Por causa das apostas online, também conhecidas como "Jogo do Tigrinho" e bets, a economia de Mato Grosso do Sul pode ter deixado de faturar entre R$ 520,26 milhões a R$ 4,4 bilhões, segundo estudo divulgado na última semana pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Além do faturamento, o PIB (Produto Interno Bruto) estadual também pode ser afetado. A perda estimada está entre R$ 264,12 milhões e R$ 2,7 bilhões. Já a arrecadação de impostos sofreu um impacto negativo entre R$ 27,66 milhões e R$ 173,04 milhões. No cenário nacional, o prejuízo potencial à economia chega a R$ 364 bilhões, com perdas no PIB estimadas entre R$ 19,5 bilhões e R$ 219 bilhões. Além disso, o estudo aponta que o redirecionamento de recursos das famílias para as apostas reduziu a arrecadação de impostos em até R$ 14,5 bilhões. Na visão da CNC, esses prejuízos estão associados ao efeito multiplicador intersetorial, já que parte do princípio que o valor gasto com apostas poderia ser utilizado para consumo de bens e serviços no comércio varejista e em outras áreas da economia. "É uma parcela muito grande de recursos do orçamento familiar desviados para as apostas em um cenário de recuperação para o comércio, que se dá de forma lenta", destaca Regiane Dedé de Oliveira, economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS. O estudo também aponta que cerca de 1,8 milhão de brasileiros se tornaram inadimplentes em 2024 por comprometerem sua renda com apostas. A pesquisa na íntegra pode ser verificada por meio deste link . Regulamentação - Diante dos números alarmantes, a CNC reforça a necessidade de regulamentar o setor de apostas on-line. Entre as propostas estão a imposição de limites, campanhas de conscientização e programas de apoio para pessoas viciadas em jogos. O projeto de regulamentação inclui ainda a criação de uma Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) específica para o setor. A estimativa é que essa medida poderia gerar até R$ 22 bilhões anuais em tributos, recursos que poderiam ser destinados à saúde, educação e programas sociais. "A regulamentação não apenas promoveria arrecadação formal, mas também mitigaria os desvios prejudiciais que as apostas estão causando à economia nacional", destaca Felipe Tavares, economista-chefe da CNC. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .