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Após queimaduras graves, tamanduá-bandeira Luizinho volta à natureza monitorado

Resistência e esperança são palavras que definem a trajetória do tamanduá-bandeira Luizinho, resgatado com as quatro patas completamente queimadas no Pantanal de Miranda, a 203 km de Campo Grande.

Por Propaga News em 05/01/2025 às 13:57:31

Resistência e esperança são palavras que definem a trajetória do tamanduá-bandeira Luizinho, resgatado com as quatro patas completamente queimadas no Pantanal de Miranda, a 203 km de Campo Grande. Ele foi uma das vítimas das queimadas de 2024 e, após cinco meses de tratamento veterinário, será devolvido à natureza. O animal foi encontrado em agosto do ano passado, próximo ao Refúgio Ecológico Caiman, uma pousada de luxo e sede de projetos de conservação no Pantanal sul-mato-grossense. A região sofreu com incêndios que consumiram 80% de sua área. A médica veterinária Flávia Miranda, fundadora do Instituto Tamanduá, relata que Luizinho foi encontrado após os incêndios na região serem controlados. "O Luizinho apareceu quando os incêndios haviam sido apagados. Acreditamos que ele tenha se queimado ao atravessar uma área com brasas, o que causou queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, deixando até os ossos das patas expostos." Com mais de 30% do corpo queimado, Luizinho foi encontrado desidratado e sem forças para caminhar. "Ele provavelmente ficou uns quatro ou cinco dias sem se alimentar. Estava tão debilitado que não conseguia andar, sentindo muita dor. Foi tratado à base de morfina. Com 25 anos de atuação como veterinária, achei que ele não resistiria". Após o resgate pela equipe do Instituto Tamanduá, Luizinho passou meses em tratamento veterinário na sede do instituto, em Aquidauana. Flávia Miranda explica que o tratamento contou com a colaboração de profissionais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). "Foram utilizadas técnicas inovadoras com pele de tilápia e outros medicamentos avançados para queimaduras". Apesar dos esforços, Luizinho foi o único sobrevivente entre os sete tamanduás-bandeira resgatados na região. Um dos maiores desafios foi alimentá-lo, já que a dieta natural desses animais é baseada em cupins e formigas. Flávia explica que ele foi nutrido com uma ração especial desenvolvida após anos de pesquisa, combinada com ovo e farinha de insetos. "Eles gostam bastante dessa combinação". Agora totalmente recuperado, Luizinho será reintroduzido na natureza na próxima terça-feira (7) e monitorado por cerca de dois anos. "Usamos um rádio colete com dois sensores: GPS e VHF. Assim, conseguimos acompanhar seus deslocamentos, comportamento, adaptação e condição física em tempo real, como um 'Big Brother'." Além disso, amostras de sangue de Luizinho foram coletadas para mapear seu genoma. Esse trabalho será realizado em parceria com o Instituto Leibniz, na Alemanha, tornando Luizinho a referência genética para todos os tamanduás-bandeira do mundo. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

Fonte: Campo grande News

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