Campo grande News
Nesta quinta-feira (28), o 2º Fórum Estadual de Mudanças Climáticas continuou com as atividades nas Câmaras Técnicas, divididas em temas específicos para um aprofundamento das discussões. Foram formadas quatro câmaras técnicas: "Serra da Bodoquena", "Pantanal", "Impactos Climáticos" e "Adaptações Urbanas e Recursos Hídricos". Cada uma delas com até 30 participantes, que debateram e elaboraram propostas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas no Estado. Após o fórum, essas câmaras devem se reunir novamente dentro de 30 dias para dar continuidade às discussões e apresentar suas recomendações ao Conselho Estadual de Meio Ambiente. Conselho de Notáveis - Durante o evento, foi oficializada a posse das organizações que integrarão o Conselho de Notáveis do Fórum, criado para promover iniciativas conjuntas no enfrentamento dos desafios ambientais. Renato Roscoe, engenheiro agrônomo e diretor do Instituto Taquari Vivo, assumiu o cargo de secretário-executivo do comitê, reforçando o papel do agro no debate climático. "Esse fórum tem a importância de discutir como está sendo regulamentado o mercado regulado de carbono no Brasil, assim como as obrigações que o país vem assumindo internacionalmente para reduzir suas emissões. O conselho de notáveis e as câmaras técnicas serão estruturas de suporte ao governo do Estado para alinhar suas políticas rumo a um estado carbono neutro", explicou. O governo estadual também destacou a relevância do evento como um espaço de integração e avanço. "O conselho de notáveis e seus sessenta membros representam um modelo mais inclusivo de construir soluções, em que o governo age como um facilitador, unindo diferentes setores em torno de objetivos comuns. Assim, garantimos que nossas políticas reflitam os anseios da sociedade, avançando no combate às mudanças climáticas e na preservação dos nossos recursos naturais," enfatizou Artur Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente do Estado. Primeiro dia - O evento, que teve início na manhã de ontem (27) e acontece no auditório do Sebrae, reúne mais de 250 pessoas, entre autoridades, acadêmicos e membros da sociedade civil. No primeiro dia de atividades, a programação contou com quatro palestras, divididas em dois painéis temáticos. A doutora em Governança Climática, Natália Braga Renteria, abordou o mercado de carbono, tanto no Brasil quanto no exterior, discutindo a legislação e os desafios para o comércio de créditos de carbono. Para ela, esse mercado representa uma "engenharia inteligente" que pode impulsionar a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Em continuidade ao debate, o advogado e doutor em Direito, Daniel Barcelos Vargas, falou sobre a importância das políticas públicas para a construção de um futuro sustentável e a posição estratégica de Mato Grosso do Sul no contexto nacional e internacional. Renteria e Vargas concordam que a atividade agropecuária não deve ser prejudicada pelas políticas de compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEEs), dada sua complexidade. Renteria alertou para a abrangência do setor, que envolve mais de 50 mil propriedades rurais no estado com mais de 1.000 hectares. Outras duas palestras encerraram a programação. O arquiteto e pesquisador Fábio Oliveira Bitencourt Filho discutiu os efeitos da expansão urbana e as mudanças climáticas, desafiando a criação de cidades sustentáveis. Já o geógrafo Luiz Eduardo Panisset apresentou o impacto das mudanças climáticas nos solos cársticos, com foco em Bonito e Bodoquena, que possuem esse tipo de relevo, caracterizado por cavernas, grutas e rios subterrâneos. O Fórum de Mudanças Climáticas de Mato Grosso do Sul tem como objetivo não apenas debater, mas também criar soluções práticas e aplicáveis para lidar com os impactos do aquecimento global no Estado, envolvendo a sociedade em um esforço coletivo pela preservação do meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentável. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .