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Campo grande

Com estiagem prolongada, preço do queijo sobe e nem "promoções" atraem clientes

Todos os anos os 'queijeiros' sul-mato-grossenses sofrem com a seca.


Todos os anos os 'queijeiros' sul-mato-grossenses sofrem com a seca. Este ano, o cenário não foi diferente. Porém, o que eles não contavam era que a situação, que já é ruim no período, fosse ainda pior em 2024 devido a estiagem prolongada. Proprietários de lojas voltadas ao setor de derivados do leite, no Mercadão Municipal de Campo Grande, alegam que a variação de preço, entre julho e outubro, foi de 30%, que a queda nas vendas chega a 40% e nem mesmo as promoções atraem os clientes. "O preço subiu desde julho. De lá veio subindo, por causa da seca, que começou antes e demorou a chover. Estão tratando o gado com ração, aí vai ficando caro, o queijo vai subindo. Pode ver que os derivados do leite subiram em todo lugar. Um produtor que tirava 200 litros na seca tira 100 agora. Se ele não agregar valor, não consegue nem tratar do gado", explica o proprietário do box do Paulo, Lucas Henrique. Na loja dele, a procura continua mas as compras diminuíram consideravelmente, 15%. A variação chegou de 25% a 30% no valor pago pelo cliente no preço das peças de queijo curado, meia cura e fresco. Apesar da mussarela ser um dos queijos mais vendidos nos mercados, ali quem manda são os artesanais. Hoje o kg do queijo curado e meia cura custa R$49,90, já o fresco R$39.90 na banca. Lucas ressalta que os dois vendem bem. Para atrair clientes, o proprietário reforçou o valor dos produtos com placas de 'oferta' - que já é mais cara que em períodos anteriores -. Apesar disso, nem mesmo a sinalização atrativa surtiu o efeito desejado. "Clientes reclamam um pouco mas você explica que por causa da seca, todo mundo está vendo, até no Pantanal está assim. A seca atinge todo mundo. A mussarela vem do Rio Grande do Sul, então o produtor aqui consegue fazer baixar o preço. Começa a ter briga com isso. Não varia tanto porque vem de fora, o que varia mais é o artesanal, ou seja fresco e curado. Eles conseguem ter uma demanda boa em Mato Grosso do Sul [os produtores de RS]". Já no box Ki Frios, a situação é ainda mais complicada. O proprietário Fábio Roberto da Silva Rocha explica que as vendas caíram 40%. Ele não quis ser fotografado, mas aceitou dar entrevista ao Campo Grande News . No local o queijo custa R$59,00 o kg. Na época das águas ele afirma que chega a vender de R$30 a R$40,00. "Tem uns dois meses subiu mas ainda não baixou, mesmo com a chuva. Tudo subiu, todos derivados do leite. O frasco de manteiga chega a R$ 45,00. O pessoal reclama, parece que o dinheiro tá curto. Não senti diminuição só do queijo, mas no geral pode-se dizer que caiu uns 40%, ou seja, quase todos produtos que vendo". Pessimista com o futuro, Fábio pontua que as expectativas são baixas quanto a melhora no setor. "Tudo acompanha. A gente estava esperando que melhore um pouco mas a gente não vê isso. Tudo derivado do leite é forte, manteiga, doce. Sobre a manteiga, antes ela tava a R$52,50 kg, antes era R$ 35,00". No Mercadão Municipal de Campo Grande cada box de laticínios possuí um preço, o valor não é tabelado por se tratar de fornecedores diferentes. A reportagem tentou entrevistar outros proprietários de bancas do setor, mas não encontrou os donos. Os funcionários não estão autorizados a falar com a imprensa. O preço dos queijos meia cura, curado e fresco varia de R$ R$39,00 a R$ 50,00 nas bancas. Preços - Conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), com o período de seca mais prolongado, que foi intensificado pela alta incidência de queimadas no país, pecuaristas têm enfrentado maior dificuldade na manutenção dos rebanhos. Ou seja, mesmo com o aumento da margem do produtor nos últimos meses, o estímulo à atividade foi menor do que o previsto. Isso porque, com a escassez pasto, a forma de alimentação do gado passa a ser através saca do milho. A alta pricura encarece o produto e consequentemente, o produto final (queijo), também. "A relação de troca, depois de permanecer estável em julho, piorou 2,7% em agosto, devido ao aumento no preço médio do milho, sendo necessários 21,6 litros de leite para adquirir uma saca do cereal". diz a pesquisa. Laticínios - O levantamento, realizado pelo Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), mostra que no mês de setembro a mussarela foi cotada à média de R$ 32,89/kg, aumento de 2,74% em relação ao mês anterior. Já o leite em pó e o leite UHT, a 1,32% e 7,58%. Passando para R$ 30,02/kg e R$ 4,68/l, nessa ordem. Na primeira quinzena de outubro, os preços dos derivados lácteos seguiram firmes. A pesquisa afirma que o mercado ainda se mostra instável e incerto, gerando cautela entre os colaboradores. Os preços médios do leite UHT, da mussarela e do leite em pó foram de R$ 4,84/l, R$ 33,34/kg e R$ 30,00/kg, respectivamente, altas de 3,46%, 1,4% e 0,87%. Em Campo Grande, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística), a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em alimentos e bebidas foi de 1.13% em setembro. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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