Hospital de MS e SP lançam projeto para prevenir suicídios entre indígenas
O HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados) e a Santa Casa de São Paulo deram início a um projeto piloto de saúde mental e prevenção de suicídio na Reserva Indígena de Dourados, localizada a 251 km da Capital.
O HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados) e a Santa Casa de São Paulo deram início a um projeto piloto de saúde mental e prevenção de suicídio na Reserva Indígena de Dourados, localizada a 251 km da Capital. A iniciativa tem como objetivo treinar e supervisionar equipes de atenção primária na identificação e manejo de transtornos mentais, para a prevenção do suicídio. De acordo com o último Relatório de Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os suicídios nas comunidades indígenas aumentaram 56% em 2023 em comparação com 2022. No total, 80 suicídios de indígenas foram registrados no ano passado, com 37 ocorrências em Mato Grosso do Sul, que ocupa o segundo lugar em números absolutos, atrás apenas do Amazonas, com 66 casos. Devido a esse cenário, o projeto se propõe a identificar os principais obstáculos e gargalos na assistência em saúde mental na região, além de desenvolver intervenções e tratamentos adaptados às características culturais dos povos indígenas locais. Importante pontuar que o modelo de matriciamento, uma abordagem na produção de saúde, envolve a colaboração entre duas ou mais equipes na construção de intervenções pedagógicas e terapêuticas. Neste caso, a parceria será com o Departamento de Psiquiatria da Santa Casa de São Paulo, que irá ajudar a implementar este projeto na reserva indígena de Jaguapiru. Já a estratégia de telematriciamento combina o matriciamento tradicional com tecnologias de comunicação à distância. Nessa abordagem, equipes de saúde da família recebem suporte remoto de especialistas para lidar com casos complexos. O uso de ferramentas digitais, como videoconferências e plataformas online, proporciona um alcance maior e uma resposta mais ágil, especialmente em áreas de difícil acesso. A iniciativa conta com o apoio operacional de André Rogério da Silva, chefe da Unidade de E-Saúde, e Wesley Eduardo Ferreira, chefe do Setor de Ensino do HU-UFGD, entre outros colaboradores. Capacitação de equipes - Nos dias 6 e 7 de maio deste ano, o Dr. Ricardo Uchida, chefe do Departamento de Psiquiatria da Santa Casa, e o Dr. Thiago Pauluzi Justino, gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFGD, visitaram a reserva e a Unidade Básica de Saúde Jaguapiru II para mapear e planejar aspectos essenciais para a realização do matriciamento. Segundo Dr. Pauluzi, "existe uma alta prevalência de transtornos psiquiátricos nessa população, que precisam ser estudados". No último dia 3 de setembro, o Dr. Thiago Pauluzi conduziu a primeira atividade de matriciamento com a equipe da Aldeia Jaguapiru II, orientando os médicos da atenção básica, Dra. Poliana e Dr. Gabriel, sobre a condução de casos de pacientes com transtornos mentais. Além disso, foi realizado um curso de capacitação em telemedicina no HU-UFGD para médicos da atenção básica de Dourados, com o intuito de expandir o telematriciamento em saúde mental para as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município. De acordo com Dr. Thiago, os médicos da atenção básica expressaram preocupação com o aumento nos casos de Transtorno Depressivo, Ansiedade e Autismo em Dourados, e explica que o matriciamento pode ser uma ferramenta valiosa para facilitar o diagnóstico e o tratamento desses transtornos. "Toda vez que a distância impactar no cuidado e assistência à saúde do paciente, a telemedicina poderá ser uma boa ferramenta". Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Fonte: Campo grande News